Doxiciclina: Uma descrição exaustiva do produto
1. Introdução
A doxiciclina é um membro amplamente reconhecido da classe de antibióticos da tetraciclina. É um antibiótico de largo espetro, o que significa que é eficaz contra uma grande variedade de bactérias. A doxiciclina foi patenteada pela primeira vez em 1957 e começou a ser utilizada comercialmente em 1967. Ao longo dos anos, tem sido prescrita para várias infecções bacterianas, bem como para algumas doenças não infecciosas, como a rosácea e a blefarite.
2. Propriedades químicas
A doxiciclina possui uma estrutura química semelhante à de outros medicamentos da classe das tetraciclinas. A sua fórmula molecular é C22H24N2O8. Com uma massa molar de 444,43 g/mol, este composto apresenta-se como um pó cristalino amarelo que é apenas ligeiramente solúvel em água, mas exibe maior solubilidade em metanol e etanol. Tem uma semi-vida que varia entre 16 e 22 horas, permitindo uma dose única ou duas vezes por dia na maioria das aplicações terapêuticas.
3. Mecanismo de ação
Tal como outras tetraciclinas, a doxiciclina actua através da inibição da síntese proteica bacteriana. Isto é conseguido impedindo a ligação do aminoacil-RNAt carregado ao sítio A do ribossoma. Através deste mecanismo, a doxiciclina impede a adição de novos aminoácidos à cadeia peptídica em crescimento, parando assim o crescimento bacteriano, mas não o matando diretamente - tornando-a bacteriostática por natureza.
4. Farmacocinética
Após administração oral, a doxiciclina é absorvida maioritariamente na parte superior do intestino delgado. Apresenta uma absorção de aproximadamente 90-100% em condições de jejum. A absorção pode ser afetada por alimentos ou leite, mas este impacto é menos profundo em comparação com outras tetraciclinas.
Após a absorção, liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas. O fármaco é metabolizado no fígado, mas em menor grau do que outras tetraciclinas. Cerca de 40% do fármaco administrado é excretado na urina, enquanto uma parte significativa é também excretada nas fezes através da bílis.
5. Indicações
A doxiciclina foi aprovada e demonstrou eficácia no tratamento de várias doenças:
- Infecções bacterianas: Incluindo pneumonia e outras infecções do trato respiratório; doença de Lyme; acne; infecções da pele, dos órgãos genitais e do sistema urinário; e carbúnculo (após exposição).
- Condições não infecciosas: Como a rosácea, a blefarite e a prevenção da malária.
Dado o seu amplo espetro de atividade, a doxiciclina é eficaz contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Também apresenta atividade contra certas infecções por protozoários, como a malária.
6. Contra-indicações
A doxiciclina está contra-indicada em:
- Indivíduos com hipersensibilidade conhecida à doxiciclina ou a outras tetraciclinas.
- Mulheres grávidas, especialmente durante a segunda metade da gravidez.
- Crianças com idade inferior a 8 anos, devido ao risco de descoloração permanente dos dentes.
7. Efeitos secundários
Como todos os medicamentos, Doxycycline tem potenciais efeitos secundários. Os mais comuns são
- Distúrbios gastrointestinais como náuseas, vómitos e diarreia.
- Fotossensibilidade, que conduz a um risco acrescido de queimaduras solares.
- Descoloração dos dentes em crianças.
- Vaginite por cândida nas mulheres.
Os efeitos secundários graves, embora raros, incluem:
- Hepatotoxicidade.
- Pseudotumor cerebri.
- Reacções cutâneas graves como a síndrome de Stevens-Johnson.
8. Interacções medicamentosas
A doxiciclina pode interagir com outros medicamentos:
- Antiácidos e suplementos de ferro: Estes podem ligar-se à doxiciclina, reduzindo a sua absorção.
- Varfarina: A utilização simultânea pode aumentar o efeito anticoagulante, aumentando os riscos de hemorragia.
- Penicilina: A utilização simultânea com doxiciclina pode reduzir a ação bactericida da penicilina.
9. Considerações especiais
- Fotossensibilidade: Os doentes devem ser aconselhados a evitar a luz solar direta ou a utilizar medidas de proteção quando estão ao ar livre.
- Erosão do esófago: Tomar o medicamento com bastante água e não se deitar imediatamente após o consumo pode reduzir este risco.
- Utilização a longo prazo: Pode resultar num crescimento excessivo de bactérias ou fungos no organismo.
10. Impacto ambiental
Os resíduos de antibióticos, incluindo os da doxiciclina, no ambiente podem contribuir para a resistência aos antibióticos - uma preocupação de saúde global. Métodos de eliminação adequados e a não descarga de medicamentos não utilizados podem ajudar a mitigar a contaminação ambiental.
11. Formas de dosagem
A doxiciclina está disponível em várias formulações:
- Cápsulas (normais e de libertação prolongada)
- Comprimidos (de libertação regular e prolongada)
- Xarope
- Pó para suspensão
- Formas injectáveis
12. Conclusão
A doxiciclina continua a ser um antibiótico crucial na medicina moderna, com uma vasta gama de aplicações em condições infecciosas e não infecciosas. Como todos os medicamentos, deve ser utilizada de forma judiciosa, com um conhecimento profundo da sua farmacologia, indicações e potenciais efeitos secundários. A educação adequada do doente pode otimizar os resultados terapêuticos e minimizar os efeitos adversos.
Este documento fornece uma visão geral da doxiciclina, mas não é exaustivo. Consulte sempre a informação de prescrição aprovada e consulte os profissionais de saúde antes de tomar decisões terapêuticas.
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